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terça-feira, 5 de outubro de 2010

Minah menina

Minha menina
Admito as delicias dos meus insanos prazeres, sórdidos, pervertidos, lascivos, e egoístas que sem conflito entre as minhas reivindicações instintivas e as exigências morais vivo tão somente a pulsão pela vida estranhamente conciliando o sagrado e o profano.
Confesso as delicias dos meus insanos prazeres obscenos que imagina fazer de vc uma vagabunda dominada pelo cio, levantar sua saia, afastar a calcinha, abri as suas pernas e meter minha pica cabeçuda em sua entranhas sem pudores ou cuidados , em pé, por trás, e com força, com muita força.
Sem vergonhas eu declaro as delicias do insano prazer em ouvir seu choro irromper incontrolável. Não por causa da penetração violenta, abrupta. A dor vem da sua alma, por se submeter àquela degradação, àquela desavergonhada condição de cadela, dominada não apenas pela autoridade sádica, mas pelo tesão, alimentada pelos instintos de fêmea no cio. Um choro abafado e meio melancólico é verdade, mas também de um prazer absurdamente libertador.

Dom Resende

Pensamentos litúrgicos

Pensamentos litúrgicos

A Liturgia introduz-nos na atmosfera misteriosa da relação
sadomasoquista, é quando a submissa se esforça para que todo seu corpo
e alma proclame a sua devoção incondicional e disciplinada ao seu Sr.
A liturgia é um exercício que resulta na integração entre o Sr e a
sub. Na liturgia a relação é sincronizada pelo ritual do desejo, ou
seja, Sr e sub associam-se instintivamente é quando a sub reconhece,
nEle a sua voz, e Ele nela a sua voz.

A ação litúrgica torna-se mais encantadora e eficaz em seus objetivos
quando os ritos são feitos com convicção, mas de maneira leve, sem
deixar de serem solenes

A liturgia é ação disciplinadora por excelência. A liturgia realiza e
manifesta como sinal visível da relação entre o Sr e a sub através de
uma linguagem comportamental e ritualística. A liturgia tem de ser
precedida pela cumplicidade inteligente. É na liturgia que, por meio
de símbolos e gestos, que a sub diz ao seu Sr: “quero cumprir
inteiramente a vossa vontade. Eu quero vos agradecer".

A liturgia deve seguir um rito próprio de cada relação, mas sempre
procurando encontrar o ponto de equilíbrio entre o rigor formal
próprio que define a condição do Sr e da escrava sem perder o
requinte encantador da perspicácia fazendo aflorar os sentidos e as
emoções.

A liturgia deve trabalhar os sentidos, o olfato, o tato, o paladar, a
visão, a audição sem desprezar as sensações que em seu núcleo reclama
a dramaticidade dos acontecimentos e faz concretizar a sua cruel
realidade corporeidade a começar pelo ritual do comportamento, que é a
verdadeira morte das vontades da submissa. Os ritos comportamentais,
vira às avessas o visível para revelar o invisível e escava na alma
submissa para gerar a docilidade que encanta e possibilita a entrega
sacrificial fazendo emergir um sentido excessivo de um corpo
flagelado, suado, trespassado como agradável odor desejado por seu Sr.

Durante a relação litúrgica cada ato está cheio de significado. A
liturgia vive precisamente da ativação dos nossos sentidos, não
podendo sequer falar em ação ritual sem a participação na mesma. Esta
participação caracteriza-se principalmente pela variedade de códigos e
linguagens requeridos pelo rito que ajuda a criar o “ambiente”
litúrgico e liga-se à “memória” da inserção da nossa história
pessoal.

É pelo corpo e pela ação que o ser humano se liga ao espaço. Mas a
nossa “situação” não constitui um fenômeno totalmente externo, nem uma
experiência puramente interna da consciência. O ser humano habita
“espaços potenciais” aos quais acede por meio de “objetos
transacionais”. Esta experiência faz descobrir o “ambiente” e dele
depende largamente. Também a liturgia se dá num ambiente condicionado
e possibilitado pela implicação corporal no rito. Desta forma, o
espaço litúrgico não corresponde simplesmente ao lugar (segundo um
critério quantitativo), nem propriamente ao nosso “estar ali” (mesmo
que consciente e atentamente.), mas é delimitado por uma experiência
de mútua implicação e sujeição a condições ambientais, corporais e
intersubjectivas.

Elementos naturais como as roupas, os sapatos, a vara da disciplina, o
tom de voz … surgem como os “objetos transacionais” que permitem a
constituição da liturgia como espaço potencial, isso significa dizer
que a experiência que deles fazemos é que “situa” a liturgia. E esta é
uma experiência de ativação dos nossos sentidos. Do uso comum e
quotidiano destes elementos mantemos apenas um gesto estilizado,
subtraído a qualquer utilidade, de modo a revelar o sentido do porque
estamos vivendo o que vivemos. Com estes elementos, podemos
compreender a forma como o uso ritual do código dos sentidos se liga
ao ambiente. Basta pensarmos na vara da disciplina que imediatamente
se espalha um clima de castigo e envolve o espaço e as pessoas.
Particularmente sugestivo pode ser a articulação entre o código
visual, o código olfativo e o código espacial inerente ao uso das
velas, das flores ou qualquer outro objeto na liturgia.

Na relação litúrgica o importante são as sensações e estas só pela
ativação dos sentidos se pode atingir: na liturgia, não colhemos a
diferença (do significado), mas sim a identidade (do significante):
vemos a “ vara do castigo” e a submissa de joelhos, ouvimos o choro
da submissa sufocado quase contido na alma e oferecemos o colo da
penitencia,a sub olha para a coleira e caminha em direção ao altar da
entrega, a sub sente o toque das mãos do Sr em seu rosto ela responde
em atitude de adoração e assim sucessivamente.

Dom Resende

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

vivendo os instintos

Precisamos ter a ousadia para viver a intensidade de cada desejo.
Sentir sem medo de sentir, caminhar sem medo de errar e errar sem medo de acertar. Sendo assim percebemos que a recompensa é por tentar e não por ter sucesso, o segredo do bem viver é que façamos esforço, tendo sucesso ou não.

Qual é a diferença entre uma pessoa que caminha e outra que para de caminhar?

- Uma pessoa que caminha cai sete vezes, uma pessoa que para de caminhar cai apenas uma vez. A pessoa que caminha cai e então se levanta novamente, novamente e novamente. Mas uma pessoa que para de caminhar cai e nunca se levanta. Errar é andar sem compromisso de chegar a um lugar determinado; significa perambular, estar aberto para as coisas que nos atingem o olhar e tocam os sentimentos. Errar sem medo é estar aberto para as sutilezas do novo.
Para melhor vivenciar a submissão é ter a ousadia de viver despreocupada com as definições, despreocupada com nomenclaturas ou classificações, interessada só em viver o agora.
Submissão é renunciar a si própria. Renunciar aos pudores, as resistências, aos medos, as certezas e com humildade consciente buscar a vontade e felicidade do Sr. O caráter da submissão não é forçado ou imposto, mas inteligente e sacrificial fruto da reverencia que a submissa tem por seu Sr e, tal respeito, obediência e dedicação não é concordar nem é passividade cega, mas é o reconhecimento da autoridade, da liderança que o Dominador coloca sob a vida da submissa, é a cooperação e sujeição à autoridade do Dominador o que significa adesão real, movida pela vontade, a qual é iluminada pela natureza lasciva do desejo, ao testemunho dos instintos. Assim submissão tem a ver com reconhecimento de autoridade. Quando se reconhece a autoridade de alguém, fica mais fácil ser-lhe submisso.
Se a submissa reconhecer a absoluta autoridade do Senhor sobre todas as coisas, e confia em Seu cuidado por ela, certamente irá entregar tudo, completamente nas mãos de Seu Sr. A verdadeira autoridade exige reverência da submissa e não medo. A reverência atrai, o medo afasta.

Dom Resende