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sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Submissa:...

Submissa:
Ó beleza tão antiga e tão nova! Onde está? Há tempos te procuro e não me canso de encontrar novas manifestações de submissão. Umas surgem da volúpia, da impetuosidade, da irreverência, do lúdico, da peraltice, da menina contida, da mulher incontida, outras da docilidade, da candura, da PutaPuritana comportada e disciplinada, mas todas me dão o prazer de certos registros agudos que encontro, aqui e ali, entre estes as delícias do gemido sufocado, canto que rege a minha devassidão. Encontro em cada submissão à poesia da ousadia, da entrega, do sofrimento e a devoção pervertida que destila o licor da luxuria que me dá vida.

Procuro sem nunca me cansar porque é meu destino, meu vicio e meu refrigério. Essa beleza submissa que exala sobre mim o perfume: aspirei-o profundamente, e agora suspiro por ela. Saboreei-a, e agora tenho fome e sede de submissão. Tocastes-me e agora desejo ardentemente a vossa entrega incondicional. Ó Santa submissão, modelo de mansidão, estupendo prodígio de ousadia nutrida pela humildade com que superas os açoites, flagelos, depravações e humilhações, vem santamente vestida de nua. Vem que te quero e de resto não tem resolução equiparada
nem anestesia nem nada que faça parar este quero-te tudo.Vem que te quero sem voltas supérfulas no registro dos “ais”.
Dom Resende