Páginas

terça-feira, 20 de setembro de 2011

Sem Remorsos

Sem Remorsos

Admito o ser estranho que sou. É normal as pessoas sentirem remorso, ficarem sensíveis esboçarem sensações diante do inusitado, entretanto sou um caminhante frio e sem qualquer remorso, bebo as lagrimas doloridas do sofrimento humilhante de alguém que se entregou nas prisões do meu sadismo.

Sem remorso, eu sinto prazer luxurioso em perceber a tristeza invadindo a alma da submissa, sua voz embargada é musica suave e doce, seus olhos lacrimejantes é moldura que ornamenta o rosto
sofrido e resignado daquela pobre alma.

Sem remorsos, insisto em um esplendoroso sorriso sarcástico, deixando a mostra minha perversidade ao ver as lágrimas escorrerem pela face singela e humilhada da submissa, que em sua entrega sofrida, fica
paralisada e não consegue soltar minhas mãos para fugir daquela agonia.

Sem remorso, examino a mente, os sentimentos e as emoções da submissa, até escutar seu coração rascar. Isso é muito além de chorar por dor ou humilhação diante do Senhor, mas é entrar na comunhão do seu próprio sofrimento, é relacionar-se com as suas próprias emoções e sensações.
É quando a submissa se rende em total resignação e se coloca sem reservas para ser totalmente subjugada. Coloca suas faculdades à disposição do seu senhor.

Sem remorsos, sinto alivio delicioso em testemunhar a submissa se tornando como leito seco de rio, e eu derramo o meu licor luxurioso em seus vazios. Ela começa a ver com meus olhos e a sentir com o meu coração, a ansiar com os meus desejos e a respirar com o meu sopro. Ela passar viver em mim.

Meu maior prazer é quando as lágrimas da submissa são a única coisa que sua boca está provando.

Dom Resende