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terça-feira, 13 de julho de 2010

HUMILHAÇÂO

HUMILHAÇÂO

A humilhação é importante na dominação psicológica e é capaz de provocar um prazer que ultrapassa o momento do encontro ou do acontecimento da circunstancia de humilhação. O prazer da humilhação é de natureza racional e do tipo abstrato; se trata de um orgulho (força) íntimo próprio de se sentir capaz de tolerar sofrimento, com isto, se parece desafiar o dominador em sua autoridade, o que significa um continuo engrandecimento pessoal. O prazer na humilhação está na excitação instintiva em associar desejo lascivo, subversivo e estranhamente libertador. De fato acontece um estranho prazer na humilhação.

A forma de aplicação dos atos de humilhação são: físicos ou psicológicos. A humilhação está estreitamente vinculada ao sentimento de um possuir outro. Se um indivíduo se sente humilhado é porque alguém, através de algum ato o fez sentir-se dominado, nisso encontramos o prazer do dominador em sentir-se o Sr e o prazer do dominado de sentir-se possuído de fato.

Estes sentimentos de possuir e de ser possuído é parte integrante das relações de dominação psicológicas. Na dominação psicológica o objetivo da humilhação tem como principal característica a destruição dos pudores ou limites morais e assim quebrar qualquer resistência daquele que a sofre. Se existe uma situação onde a dor emocional da pessoa humana é percebida com facilidade é através da humilhação, pois nela o indivíduo se vê exposto e a vergonha toma conta de seu ser.

A humilhação tem também como objetivo educar, disciplinar, reprimir e condicionar a escrava em diversas situações de comportamento. Na pratica, humilhar é um conjunto de atitudes intencionais e repetitivas, adotado pelo dominador, causando dor, angústia e sofrimento na escrava como: Insultos, intimidações, apelidos cruéis e constrangedores, gozações, acusações injustas, ridicularizar, são alguns dos atos de humilhação.

Para trabalhar esse prazer herdeiro do romantismo nostálgico da estética melancólica da perda, da ruminação, da renuncia ou de qualquer constrangimento capaz de ferir a vaidade da pessoa subjugada, envolve a análise cuidadosa do modo como o desejo lascivo possibilita o gozo do escravo. É fundamental que o dominador seja capaz de estabelecer seu estilo de ser e não de estar, “Sr” da situação, também o dominador tem que ser habilidoso e criativo para desvencilhar-se dos impasses gerados pela fantasia masoquista ou sádica e os conflitos com pudores de piedade e apontar com segurança a direção, conduzindo as situações com absoluto controle espiritual, emocional e equilíbrio ético responsável. Ser sádico não é ser criminoso nem inconseqüente, como também ser submissa não é ser lunática ou desprovida de inteligência.

“As vezes é preciso quebrar algumas vidraças, para se ter uma visão melhor da janela da vida”
Dom Resende